Teka pede recuperação judicial

Uma das maiores empresas têxteis de Blumenau, a Teka, atestou na sexta-feira sua crise, e o resultado da má administração pela qual vinha passando. A empresa tem débitos acima de 700 milhões, valor superior ao da Sulfabril, quando esta entrou com processo de falência. Já no ano passado, a empresa havia feito um acordo com o fundo Global Emerging Markets (GEM) para tentar readequar sua estrutura de capital.

Há poucos meses nas filiais de São Paulo a Teka havia fechado a unidade de Itapira, e em Arthur Nogueira feito demissões. Em agosto foi à vez de Blumenau e Indaial terem cortes no quadro de funcionários, mais de 200 famílias foram afetadas. Com essas demissões veio o estopim da crise na empresa, onde a mesma não tinha condições de efetuar os pagamentos das rescisões chegando a propor em até 36 vezes. Aos que estavam na empresa continuavam sem receber o pagamento em dia, e conviviam com a instabilidade e insegurança no trabalho, quando a empresa ficava sem energia ou dispensava os trabalhadores para ficarem em casa.

Diante da situação a presidente do Sintrafite, Vivian Bertoldi, logo agendou reunião com o diretor da Teka, Marcelo Stewers. Na quarta-feira responsáveis por Sintrafite e Teka conversarão sobre os direitos e o futuro dos trabalhadores. Por enquanto é aguardar a decisão na esfera Jurídica. Em breve o sindicato realizará, com data a definir, assembleia para apresentar aos trabalhadores o andamento do processo. Há de se ressaltar que independente das decisões da empresa, o Sintrafite estará firme em defesa da categoria, seja nas ações jurídicas ou na organização das atividades em conjunto com os trabalhadores.

Assim como a população blumenauense, o sindicato foi pego de surpresa pela ação da empresa no pedido de recuperação. Diante da situação de prontidão a presidente se propôs a reunião com a Teka, antes mesmo que fosse chamada pelos mesmos. A ação da empresa está sendo conduzida por um escritório de advocacia do Rio Grande do Sul. Em breve mais informações sobre o caso.

O que é recuperação judicial?

Medida legal com intuito de evitar a falência. Seria o último recurso antes da decretação do fechamento da empresa. Essa ação concede ao empresário devedor à oportunidade de apresentar, em juízo, aos credores, formas para quitação do débito. Caberá ao Poder Judiciária a aceitação ou recusa da proposta.