Salário Mínimo

Santa Catarina volta a discutir, na próxima semana, o reajuste do salário mínimo estadual. Esta será a quarta rodada de negociações, com os trabalhadores pedindo um aumento de 12%, enquanto os empresários iniciam a conversa na casa dos 7%.

O economista do Dieese-SC, José Álvaro Cardoso, que representa os trabalhadores, afirma que nas três rodadas de discussão do salário até aqui, a proposta dos empregadores avançou. A expectativa dele é que o acordo saia da próxima reunião, terça-feira, na sede da Federação das Indústrias de SC (Fiesc).

Segundo Cardoso, os 12% de aumento (que trariam ganho real de 5,6%) têm como principal parâmetro o salário regional do Paraná, que mesmo superior ao de SC em até R$ 104,20, terá um reajuste em 2013 de 5,1% acima da inflação. Pela proposta trabalhista, o mínimo regional teria aumentos entre R$ 81 e R$ 105, dependendo da categoria (veja todas ao lado).

O salário regional de Santa Catarina é o segundo maior do país, atrás apenas do Paraná.

– A renda per capita é semelhante, e Santa Catarina se destaca na participação da indústria no PIB, que é maior aqui, e nos salários médios nas empresas, que crescem em um ritmo mais acelerado do que no Paraná – analisa Cardoso.

O economista destaca que o aumento proposto neste ano tenta compensar o reajuste de quatro pontos percentuais abaixo do concedido ao salário mínimo nacional, que foi de 14,3% em 2012.

Inflação em 2012 será um dado determinante

De acordo com Cardoso, os empregadores começaram as negociações sugerindo um aumento baseado no INPC acumulado de 2012, mais 1% de ganho real – até novembro, o INPC dos últimos 12 meses estava em 5,9%.

O presidente da Câmara de Relações Trabalhistas da Fiesc, Durval Marcatto Júnior, preferiu não adiantar qual será a proposta dos empresários na próxima semana, mas disse que o principal parâmetro para o cálculo será o aumento da inflação em 2012.

Mesmo sem adiantar a proposta patronal, o dirigente da Fiesc afirma que um aumento de 12% não será atendido.

O número de trabalhadores beneficiados pelos reajustes é motivo de divergência. O Conselho das Federações Empresariais indica que cerca de 50 mil trabalhadores estão inseridos no piso. O Dieese apresenta um um número 10 vezes maior e aponta 500 mil pessoas. O piso é pago a empregados que não têm piso definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo.

Matéria publicada no Jornal de Santa Catarina, edição de 10 de janeiro de 2013, editoria de Economia