Na quarta rodada de negociações entre trabalhadores e empresários, as duas partes chegaram a um consenso ontem: o piso regional será reajustado em 9,3%, em média, valor acima do aumento do salário mínimo nacional este ano. Os trabalhadores começaram a reunião com a proposta de 10%, abaixo dos 12% sugeridos no início das negociações. E os empresários também chegaram à mesa com um índice revisado. No lugar dos 7% originais, propuseram 8,5%.
Segundo o economista do Dieese-SC, José Álvaro Cardoso, o reajuste de 9,3%, praticamente a metade do caminho entre as duas propostas, foi fruto de uma negociação madura. Na visão do representante dos trabalhadores, os argumentos mais fortes da classe trabalhista, que puxaram o reajuste para cima, foram o fato de que a economia brasileira está entrando em uma fase de recuperação e que as reinvindicações históricas do empresariado têm sido atendidas. Cardoso cita a desvalorização do real, a redução da carga tributária e as mais baixas taxas de juros da história.
Do lado dos patrões, três argumentos convenceram os trabalhadores, segundo o economista: a crise econômica mundial, que tende a ser de longo prazo, especialmente na Europa; a desaceleração do crescimento brasileiro; e o risco de desindustrialização.
A estimativa do Dieese-SC é de que 1 milhão de trabalhadores catarinenses são atingidos pelo piso regional. Os reajustes são retroativos a janeiro
Matéria publicada no Jornal de Santa Catarina, edição de 16 de janeiro, editoria Economia