Redução na jornada é uma questão mundial

Matéria publicada e adaptada do Jornal de Santa Catarina de 03 de abril de 2013
03/04/2013 | 

INDÚSTRIA

Consequências aos empregados 

 Os sábados exigem de Elisabete Amaro, 42 anos, uma solução para que o pequeno Paulo Daniel, três anos, tenha onde ficar. Por conta da falta de expediente das creches durante os sábados, o marido de Elisabete, que também é trabalhador têxtil, precisou de liberação no trabalho para diluir entre os dias da semana as quatro horas que seriam feitas no sábado pela manhã.



– Eu estou disposta a trabalhar um pouco a mais durante a semana para folgar aos sábados – conta Elisabete, que é costureira.



A produção não teria uma queda por conta da motivação dos trabalhadores, afirma a presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau, Gaspar e Indaial, Vivian Bertoldi. Mais felizes e motivados, eles produziriam mais.

03/04/2013 | 

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ONU pressiona para redução

Apesar de ser uma tendência mundial, no Brasil a redução de carga horária encontra resistência, explica Giselle Meira Kersten, professora de Direito de Trabalho da Universidade do Estado de Santa Catarina. Ela conta que há pressão por parte da Organização Internacional do Trabalho – instituição ligada à ONU –, especialmente em países da América Latina e da Ásia, pela diminuição da carga horária e regulamentação que impeça a jornada dupla em empregos distintos. No Brasil, a última mudança em relação às horas de trabalho ocorreu em 1988, quando a nova Constituição determinou a redução da jornada, passando de 48 para 44 horas.



O Projeto de Emenda Constitucional 231/95, que tramita na Câmara dos Deputados, prevê a redução da jornada para 40 horas semanais e remuneração de horas extras com adicional de 75%. A PEC está parada desde 2009.