As transições escola-trabalho: sobre a reforma do ensino médio
DIEESE lança nota sobre o debate da reforma do ensino médio, colocada em pauta pelo governo por intermédio da Medida Provisória nº 746/2016, que altera a etapa final da educação básica. Confira:
“São muitos os argumentos contra e a favor da reforma, mas a MP, ao que tudo indica, não propõe a superação dos problemas estruturais da transição escola-trabalho. Não leva em consideração, por exemplo, o estudante do ensino médio que, na condição de trabalhador, poderá ser afetado com a ampliação da carga horária, sem a garantia de qualidade do ensino; também, ao prever a flexibilização curricular, retira a possibilidade de o aluno desenvolver diferentes competências, fundamentais para a melhor inserção dele no mundo do trabalho.
Num país ainda marcado por profundas desigualdades, a reforma do ensino médio precisa ser melhor debatida e incluir estratégias efetivas para diminuir as assimetrias existentes tanto na escola, quanto no processo de ingresso no mercado de trabalho. Caso isso não aconteça, entre outros problemas, é bem provável que seja prejudicada a formação de muitas gerações de jovens, social e economicamente desfavorecidos, para enfrentar um mercado de trabalho que exige cada vez mais um trabalhador provido de múltiplas habilidades e conhecimentos.
São informações relevantes sobre a transição escola-trabalho, apresentando as reais condições da juventude brasileira que, em idade escolar, divide as preocupações entre estudo e trabalho. Para uma medida como essa, é preciso muito debate com a sociedade.