Com a assembleia geral realizada no último dia 29, os trabalhadores e Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial deram início à campanha salarial 2017/2018, cuja data base é 1º de setembro.
As principais reivindicações que serão levadas ao setor patronal são reajuste de salarial com aumento real, reajuste de valores do auxílio creche, melhorias no PPR (Programa de Participação nos Resultados), melhorias nas horas-extras, principalmente noturnas, e implantação de novas cláusulas sociais, como, prevenção a assédio dentro da empresa, aceitação de atestados, comunicação do motivo da despedida, período de amamentação, entre outras lutas históricas dos trabalhadores que vinha sendo desconsiderada pelos patrões.
Em cada assembleia, o sindicato fez comentários sobre a conjuntura atual econômica e política, levando ao conhecimento dos trabalhadores todos os prejuízos que poderão ter com as reformas da previdência e trabalhista. Além disso, os trabalhadores pautaram novas cláusulas durante as assembleias. As propostas aprovadas no rol serão enviadas ao sindicato patronal, entre as reivindicações dos trabalhadores estão:
– Piso de R$ 1.500,00;
– Reajuste Salarial – 8% (baseado na análise de 2,17% do INPC de 01/09/2017 a 31/08/2018 + aumento real de 2,71% + crescimento do setor têxtil na região de 3,12%);
– Auxílio creche de R$ 350,00 com comprovação e R$ 300,00 sem comprovante;
– Adicional noturno de 35%;
– Anuênio: As empresas concederão aos seus trabalhadores (as) um reajuste de 2% a cada ano completo de trabalho, sobre o salário que completou no referido ano de trabalho;
– MULTA. ATRASO NO PAGAMENTO DE SALÁRIO. Estabelece multa de 10% sobre o salário, no caso de atraso no pagamento de salário até 10 dias, e de 5% por dia no período subsequente.
Cabe ressaltar que os indicadores das principais empresas do setor em Santa Catarina são positivos, como vistos nos projetos de expansão e/ou entrevistas aos meios de comunicação, onde empresas como Círculo, Altenburg, Karsten, Hering e Cremer mostram que os negócios estão expandindo.
O Sindicato dos Trabalhadores Têxteis é representado pela presidente, Vivian Kreutzfeld, “Esta Campanha pede que estejamos cada vez mais unidos e organizados nas mobilizações, nas reivindicações e manutenção de nossos direitos. O momento atual comprova o aquecimento do setor têxtil, os jornais mostram isso. As empresas possuem plena condição de negociar as reivindicações de reajuste salarial, manutenção e ampliação de direitos. ”
O trabalhador sabe disso e está preparado para enfrentar a choradeira dos patrões dizendo que há crise, que o país está em dificuldade. Porém a contradição aparece, quando no noticiário da região ou nos anuais dos empresários Círculo apresenta indicativos positivos, presidente do sindicato patronal informa que o setor está contratando pelo “momento positivo”. Difícil é explicar ao trabalhador a crise quando os números os contrapõem.
Daqui para frente começa uma nova luta, nenhum direito veio de presente, pelo contrário, cada vez mais querem a retirar do trabalhador, e estão apoiados por um governo que quer a qualquer custa a reforma trabalhista e previdenciária, cortando do trabalhador uma conta que não é dele.
“Vamos lutar por aumento real, piso digno, reajuste no auxílio creche, prevenção nas práticas de assédio sexual e moral, igualdade de oportunidade, entre outras reivindicações. Mobilizar, lutar e negociar!” encerra Vivian, presidente do Sintrafite.
Tudo que a categoria conquistou até aqui como sábado livre, auxílio-creche, piso acima dos demais da região, entre outras cláusulas, foram frutos da organização dos têxteis. Portanto, vamos à luta por aumento salarial e manutenção de direitos. Seguimos firmes, por nenhum direito a menos, organizando a mobilização para as mobilizações da Campanha Salarial.