Diante de sinais de insatisfação dos caminhoneiros com o reajuste do preço do diesel, foi anunciado o reajuste dos combustíveis, pouco mais de três meses após acordo que garantiu subsídio e corte de impostos sobre o combustível com o objetivo de pôr fim à greve de duas semanas que parou o país.
A lei que estabeleceu a nova política de frete, porém, prevê revisão dos pisos mínimos caso o combustível tenha oscilação superior a 10%, para acomodar o aumento de custos dos caminhoneiros.
Na primeira paralisação, que teve liderança dispersa, as redes sociais foram importante instrumento de mobilização. Em vídeo, uma das lideranças de maio, o caminhoneiro autônomo Wallace Landim, conhecido como Chorão, convoca a categoria para ir a Brasília cobrar a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) reajuste na tabela do frete.
De acordo com a Petrobras, o aumento médio no país será de 13%. Considerando que o combustível representa 55% do preço final, o repasse às bombas deve girar em torno de 7%, caso não haja aumento de impostos e margens.
O aumento ocorre sem que o preço de bomba tenha caído os R$ 0,46 por litro prometidos pelo governo —R$ 0,30 de subsidio mais R$ 0,16 de cortes de impostos.
Entre a primeira semana de greve, em maio, e a semana passada, a queda foi de R$ 0,41 por litro, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
Pelos próximos 30 dias, o preço médio do diesel vendido pela Petrobras sobe para a R$ 2,2964 por litro, apenas R$ 0,0752 abaixo do recorde atingido no dia 23 de maio, ainda no início dos protestos dos caminhoneiros
"A associação, que sempre acreditou no diálogo, fará o possível para evitar uma nova paralisação", disse a Abcam, em nota divulgada nesta sexta-feira.
Estamos com risco de uma nova paralisação, num momento de máxima fragilidade democrática ante a proximidade das eleições com acirramento de ânimos.