Na última sexta-feira, dia 28, foi realizada a segunda rodada de negociação da Campanha Salarial 2018/2019 dos trabalhadores têxteis de Blumenau, Indaial e Gaspar. Participaram da reunião comissão de trabalhadores, Sintrafite e Sindicato patronal.
Sem condizer com os anseios da categoria, novamente o patronal apresentou a proposta de retirar / alterar 15 cláusulas da Convenção Coletiva (SEUS DIREITOS) e inserir 4 novas cláusulas (CLAUSULAS PATRONAIS) como por exemplo, o banco de horas. A proposta de reajuste salarial oferecida pelos patrões é apenas o INPC, ou seja, inflação acumulada do último ano, calculada pelo governo de 3,64%, esse mesmo valor seria no reajuste de auxílio creche.
A principal clausula de discussão foi novamente a terceirização das atividades-fim dentro da fábrica, o foco desta negociação para o patronal é a retirada dela da Convenção Coletiva. Lembramos que já na negociação coletiva de 2017/2018 – que hoje se encontra em trâmite judicial – o patronal tentava a aprovação da terceirização.
O que representa a terceirização para os trabalhadores têxteis:
– O salário de trabalhadores terceirizados fica entre 24% a 30% menor do que o dos empregados formais, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
– Terceirizados trabalham, em média, três horas a mais por semana do que contratados diretamente.
– Os terceirizados são os empregados que mais sofrem acidentes. Na Petrobras, mais de 80% dos mortos em serviço entre 1995 e 2013 eram subcontratados.
– A maior ocorrência de denúncias de discriminação está em setores onde há mais terceirizados, como os de limpeza e vigilância. Com refeitórios, vestiários e uniformes que os diferenciam, incentiva-se a percepção discriminatória de que são trabalhadores de “segunda classe”.
Em todo Brasil os ataques na flexibilização do contrato de trabalho se ampliaram no momento em que o congresso nacional aprovou a lei da terceirização (sancionada no dia 31 de março de 2017), depois com a aprovação na Reforma Trabalhista (sancionada no dia 13 de julho de 2017), e mais recentemente com o sinal verde do STF.
Lembramos que uma nova reunião está marcada para dia 11 de outubro, às 10h. É importantíssimo que nesse momento os trabalhadores acompanhem nossas mobilizações na porta de fábrica, perguntem, conversem com nossos dirigentes sindicais, leiam nossos informativos e ouçam nosso programa de rádio. Assim que o Sindicato tiver novidades sobre essa nova rodada de negociação, informaremos aos trabalhadores.