Previdência do Chile só atende 60% dos pedidos

 Sistema que o governo considera ideal e modelo a ser adotado no Brasil, a capitalização da Previdência do Chile é bom negócio para os empresários e administradores de fundo de pensão. Mas é péssimo para os trabalhadores.

"Você paga 15% de seu salário durante 20 anos e no final tem dificuldade para se aposentar. Cerca de 60% dos trabalhadores chilenos não consegue o benefício, que corresponde a US$ 226. Uma contribuição que só engorda o caixa dos bancos", disse o ex-ministro da Previdência Social Carlos Eduardo Gabas.
Essa reforma que o presidente pretende copiar foi feita em 1981, durante a ditadura do militar chileno Augusto Pinochet (1973-1990). Os fundos de pensão que administram o sistema de previdência capitalizada, todos estrangeiros, controlam um montante correspondente a 80% do PIB do país.
 
Embora muitos acreditem que o trabalhador possa sacar o dinheiro durante o tempo de contribuição, como é possível em algumas aplicações financeiras de longo prazo, só é permitido receber a partir da concessão do benefício, segundo Gabas.
"Enquanto isso, os bancos e fundos aplicam o dinheiro dos chilenos onde quiserem e como quiserem", disse.
 
No Chile, a idade mínima para se aposentar é de 60 anos para mulheres e 65 para homens. Nesse sistema chamado de capitalização, não há contribuições dos empregadores e nem do Estado.